Série de rádio "Raiz Ancestral - A palavra da mulher é sagrada como a terra" visibiliza histórias de personalidades femininas que são inspiração no sul da Bahia.

"Raiz Ancestral - A palavra da mulher é sagrada como a terra" é uma série documental em rádio divulga, propaga e promove processos educativos e populares de resgate histórico a partir das trajetórias de vida e resistência de Ilza Mukalê, Solange Brito, Toinha Rodrigues e Valdelice Tupinambá. Em quatro episódios, esta produção repercute o legado e importância dessas personalidades a partir de suas vivências, disseminando seus discursos e marcando ainda mais estas mulheres na história.

Estes documentários, em formato radiofônico, são materiais didáticos para preservação da memória de mulheres da região sul da Bahia e servem para reflexão e mudança do cenário de invisibilização de mulheres, que historicamente têm sofrido com as violências impostas pelo sistema vigente em nossa sociedade. Estas violências vêm sendo reforçadas pelos meios de comunicação de massa e este trabalho quebra este paradigma colocando mulheres como protagonistas de suas histórias, tornando-se referências para tantas outras pessoas que estão na luta e para as próximas gerações que virão.

A série está disponível no canal do Youtube da Aldeia Norte, produtora audiovisual responsável pela realização deste projeto. Com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC foram impressas cartilhas, marcadores de páginas e cartazes, material que foi distribuído nas comunidades das participantes, em dez instituições de ensino, na Festa Literária de Ilhéus, e outros espaços. A cartilha também está disponível de forma interativa em: https://heyzine.com/flip-book/fa4f0a5cd9.html.

Sobre as personagens:

Ilza Rodrigues, conhecida também como Mãe Ilza Mukalê, mulher negra, com 90 anos de idade (2024), sendo cinco décadas à frente do Terreiro Matamba Tombeci Neto, enfrentando desafios e limitações até mesmo dentro de seu matrimônio, do qual precisou abdicar por conta da intransigência patriarcal. Enfrentou as dificuldades de criar 14 filhos sozinha e até hoje faz um trabalho comunitário no terreiro para a região, interferindo positivamente na realidade de diversas pessoas.

Solange Brito há mais de vinte anos faz parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participando da luta agrária brasileira. Uma liderança no Assentamento Terra Vista, localizado na cidade de Arataca, sul da Bahia e que desde 1996 participa da construção de um espaço de resistência e esperança, rompendo com narrativas dominantes em constante diálogo e troca com mulheres assentadas, quilombolas, indígenas, marisqueiras, pescadoras para conexão com as/os ancestrais e a Mãe Terra (PachaMama).

Cris Cigana Rocha, também conhecida como Toinha Rodrigues, há mais de 60 anos tem transgredido o sistema colonial binário, cisgênero e transfóbico. Nasceu no sertão de Sergipe e há mais de 30 anos mora na Bahia. Trabalha desde muito nova, enfrentou muitas barreiras em sua vida, o que fez com que ela se transformasse em uma pessoa firme nos seus propósitos e consequentemente em sua personalidade. Em busca de seus sonhos e autonomia se tornou baiana de acarajé e é reconhecida mundialmente pelo Babado da Toinha.

Valdelice Jamapoty é cacique do povo Tupinambá de Olivença, uma mulher indígena que repercute a história e a força de sua mãe, de sua avó, dos anciãos e também representa inúmeras guerreiras das novas gerações. Assumindo este papel no movimento indígena, rompe com a narrativa dominante e patriarcal e assume um importante papel na história de luta pelo reconhecimento étnico e demarcação do território do povo Tupinambá de Olivença.
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