*POR DOMINGOS RODRIGUES: FELICIDADE É LIBERDADE, A LIBERDADE DE SER QUEM SOMOS...

E de repente chega aquele momento que tanto tentamos evitar, a hora da mudança, mas por que resistimos tanto? Por que sofremos tanto? Por que nos apegamos tanto? A zona de conforto tem esse poder magnético, sedutor e hipnótico de nos manter “presos” quando já deveríamos estar voando, e como eu quero voar e há quanto tempo eu busco no fundo Da Minha Alma essa coragem genuína pra dizer adeus sem medo e sem culpa e, principalmente, sem vontade de olhar para trás.


De repente chega a hora, as lágrimas brotam é um misto de emoções: tristeza, alegria, libertação, mas por que deixamos o medo ditar nossas escolhas, pior ainda, por que deixamos o medo nos paralisar, por que permitimos que o medo se torne nosso senhor e faça de nós meras marionetes procrastinadoras, procrastinar nada mais é do que medo, medo de abandonarmos velhos sonhos, antigas certezas, medo de abrirmos mão de amores, amizades, relacionamentos, hábitos sem sentido, medo de desapegarmos de coisas, lugares, pessoas, seja lá o que for.


A mudança é a lei da vida, por mais que o novo assuste, ele é inevitável, faz parte da nossa jornada, e quem disse que o desconhecido não vale à pena, sempre vale, sem isso estaríamos estagnados, não conseguiríamos evoluir. Essa é a verdade que liberta, ter coragem de encarar os próprios medos e aceitar as mudanças sabendo que elas são necessárias e fazem parte da nossa experiência humana.


Quando paramos para refletir, percebemos que o novo, que a mudança é que dão significados à vida, afinal as melhores coisas acontecem sem que necessariamente as tenhamos planejado e quem é capaz de dizer em qual esquina a vida vai dar aquela guinada de 180º que tanto ansiamos, mas que, subjugados pelo medo, tanto protelamos.


A zona de conforto limita, aprisiona, deprime e quantas vezes adoecemos simplesmente por estarmos em conflito com nós mesmos. A vida é fluxo, e quando INSISTIMOS em não mudarmos, experimentamos na prática o significado da expressão “nadar contra a correnteza”, isso é inútil além de ser um gasto desnecessário de energia, daí toda essa neurose, crises e mais crises, de ansiedade, de pânico, síndrome disso, síndrome daquilo, síndrome do pensamento acelerado e haja síndrome para tanta resistência, para descobrirmos que é inviável continuar resistindo, afinal é quase impossível se curar no mesmo ambiente em que se adoeceu...²


E nessa luta, que cedo ou tarde sucumbiremos, deixamos de viver tantas coisas incríveis, deixamos de viver tantos momentos, deixamos de conhecer tantas pessoas, deixamos de ouvir o lirismo dos clowns de Shakespeare³, deixamos de conhecer o Deus de Spinoza4 e passamos a perambular, feito fantasmas, ora no futuro, ora no passado, menos onde realmente deveríamos estar, que é no agora.


E nesse conflito sofremos e sofremos muito mais pelo medo de algo que ainda nem chegou do que por qualquer outro motivo, é um medo que aprendemos e perpetuamos e ele, geralmente, torna-se autônomo e aí precisamos reagir e bater de frente com ele, lógico que vai doer, vai doer muito, afinal questionar as próprias crenças é como arrancar espinhos, cada vez sangra um pouco mais, porém a recompensa é catártica, é libertadora.

Quanto mais medo temos, mais poder sobre nós damos a ele, o medo se alimenta do nosso próprio medo e desde cedo somos ensinados a termos medo e quanto mais medo, mais ele cresce e cresce e cresce e se torna maior do que realmente é, no melhor estilo Pennywise5, até que tenhamos a coragem ou a necessidade de dar um basta nele, aí ele fica pequenininho e cada vez menor, até que, como num passe de mágica, ele some e sorrimos despretensiosamente, e o mundo ganha novas cores, novos ares, novo significado e finalmente estamos vivendo de verdade.



Afinal, DIZER ADEUS É CRESCER...6 e quando crescemos, saímos da caverna7, retiramos o véu8, nos curamos, nos libertamos, renascemos e, enfim, descobrimos a felicidade e a FELICIDADE É LIBERDADE, A LIBERDADE DE SER QUEM SOMOS...9

 

1. Domingos Rodrigues, Advogado e Consultor Jurídico, inscrito na OAB/BA 43.508, mestrando em Economia Regional e Políticas Públicas, pela UESC, e colunista do site: www.jornaldoradialista.com.br

E-mail: advdomingos@hotmail.com

 

2. Beatriz Barreto, psicóloga.

3. Poética, de Manuel Bandeira.

4. Einstein.

5. It – A Coisa, de Stephen King.

6. Livre tradução da música “Adiós”, de Gustavo Cerati.

7. Platão.

8. Platão.

9. Bruna Lombardi.

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